Em um cenário que mistura falsas promessas de retorno financeiro e manipulação emocional, vítimas em Minas Gerais decidiram romper o silêncio. Elas relatam ter sido envolvidas por um esquema de investimentos que resultou em perdas superiores a R$ 500 mil. O episódio trouxe à tona um modo de operação cuidadoso, no qual o acusado, Rodrigo Semprebom, usava um discurso técnico para transmitir segurança e atrair aportes de pessoas em busca de lucro. Agora, o caso está sendo investigado pelas autoridades e começa a repercutir entre potenciais investidores.
O suposto esquema funcionava com base em propostas de resgate de aplicações, que jamais se concretizavam. Segundo os depoimentos, o acusado convencia as vítimas a realizar um depósito inicial com a promessa de devolução do valor com lucro em poucos dias. No entanto, ao se aproximar da data acordada, surgiam desculpas e justificativas burocráticas para o não pagamento. A repetição da manobra gerava esperança em algumas vítimas e desconfiança em outras, que começaram a buscar ajuda legal.
Rodrigo Semprebom, segundo os relatos divulgados, se apresentava como um profissional experiente e bem-sucedido, reforçando a confiança por meio de uma imagem construída com cuidado. Essa imagem incluía roupas de grife, linguagem técnica e aparente domínio de investimentos financeiros. Ele utilizava jargões do mercado e até documentos aparentemente legítimos para simular a veracidade dos contratos. Tudo era meticulosamente desenhado para reduzir a resistência e aumentar a disposição das pessoas em confiar.
O impacto da fraude vai além do prejuízo material. Muitas vítimas descrevem um sentimento de frustração profunda ao perceber que foram enganadas por alguém que demonstrava tanta segurança. Algumas mulheres chegaram a relatar que, além da confiança financeira, houve também uma relação pessoal construída para tornar o golpe ainda mais convincente. O uso da empatia como ferramenta de manipulação é um traço comum entre golpes dessa natureza, onde o vínculo emocional favorece o engano.
As denúncias têm contribuído para ampliar o debate sobre educação financeira e segurança nas relações comerciais. Especialistas alertam que, mesmo em tempos de crise, nenhuma promessa de retorno rápido e garantido deve ser aceita sem questionamentos rigorosos. A prudência deve prevalecer, principalmente quando se trata de investir valores significativos. Casos como este revelam o quanto a busca por soluções rápidas pode abrir portas perigosas.
A Polícia Civil de Minas Gerais abriu investigação formal para apurar os detalhes do caso. O nome de Rodrigo Semprebom já aparece em diversas denúncias que descrevem o mesmo método de aproximação, convencimento e não devolução dos valores aplicados. A repetição dos elementos usados no golpe ajuda os investigadores a traçar o padrão de comportamento do acusado. A expectativa agora é que novas vítimas apareçam e contribuam com as investigações em curso.
O caso serve como um alerta contundente para todos os brasileiros que se interessam por investimentos fora dos canais tradicionais. É preciso estar atento a ofertas que soam boas demais para serem verdade, principalmente quando não há lastro, transparência ou regulação adequada. O aprendizado gerado por esse episódio deve ser coletivo, incentivando práticas mais seguras na hora de aplicar dinheiro em qualquer tipo de operação.
Autor: Abidan Ermalin
Referencia : https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/04/08/mulheres-denunciam-golpe-promessa-investimento-bh.ghtml